Na sua autopercepção o sujeito pode favorecer o romper com intentos de dominação e o possibilitar do emergir em algo novo. A responsabilidade por suas ações vem da ressignificação das relações sociais, onde num processo de construção da autonomia se é capaz de desenvolver contrapontos a partir de subjetividade construída. Os postulados da liberdade do sujeito são fundamentais para a significação de percepções e ações, situando-o em um tempo e lugar específico. Essa reflexão aponta para a emergência de considerações sobre o comunicar-se, valorizando a diferença na construção de interações igualitárias. A abertura ao acontecer de si, favorece encontros entre sujeitos, possibilitando construir reciprocidades em relação aos outros no estabelecer trânsitos igualitários. Preparamos um resumo topológico desta temática:
Releitura Topológica baseada no texto:
🔹 A passagem de uma forma-sujeito para uma outra forma-sujeito separa a diferença entre os modos do sujeito, no esforço crescente no sentido de emergir de uma ruptura com a problemática do advento, da não dominação.
🔹 O processo de individualização e responsabilização do sujeito por seus atos, encontra seus precedentes na reorganização das relações sociais, no sentido de que o sujeito é responsável por suas ações com direitos e deveres relacionais.
🔹 Paradigmas referentes a uma noção de sujeito livre com efeitos da existência enquanto tal, fenômeno pressuposto como origem da significação de percepções e ações.
🔹 O sujeito se representa como autônomo e responsável por seus atos, capaz de pensar por si e desenvolver pareceres e críticas passível de sistematização a partir de sua subjetividade assumida.
🔹 Esse sujeito se diz em um tempo e lugar se autorizando com combinações e substituições no processo da construção da expressão do seu pensamento que se constitui na singularidade motivada de seus significados e significantes conceituais.
🔹 É uma questão para uma reflexão que aponta para emergência em relação a considerações de elementos do ato de comunicação que se organiza a partir da cadeia de combinação de contiguidade com a noção de valor da diferença em relação aos outros no estabelecimento de trânsitos igualitários.
🔹 Abertura a acontecimentos no favorecimento de encontros de sujeitos que se estabelecem e são estabelecidos numa abordagem de reciprocidades que permita o sentido que é descrito por cada sujeito na sua individualidade e singularidade.
Referências Bibliográficas
HAROCHE, C. (1992). Fazer Dizer, Querer Dizer. (tradução de Eni Pulcunelli Orlandi e cols.). São Paulo: Hucitec.
_____ (1988). “Da Anulação à Emergência do Sujeito: Os Paradoxos da Literalidade no Discurso (elementos para uma história do individualismo).”. In: E. P. Orlandi. (org.). (1988). Sujeito & Texto. São Paulo: EDUC.
HENRY, P. (1993). “Sentido, Sujeito, Origem.”. In: E. P. Orlandi. (org.). (1993). Discurso Fundador. Campinas: Pontes.
ORLANDI, E. P. (1990). O Lugar da Sistematicidade Linguística em Análise do Discurso. Aula apresentada no concurso para professor titular no Departamento de Linguística do IEL/UNICAMP.
PÊCHEUX, M. (1969). “Análise Automática do Discurso.”. (tradução de Eni Pulcinelli Orlandi.). In: F. Gadet & T. Hak (orgs.). (1993). Por uma Análise Automática do Discurso. 2. ed. Campinas: UNICAMP.
_____ (1990). O Discurso: Estrutura ou Acontecimento. (tradução de Eni Pulcinelli Orlandi). Campinas: Pontes Editores.
RIFFLET-LEMAIRE, A. (1970). Lacan. (traducción de Francisco J. Millet). Buenos Aires: Editorial Sudamericana.
*Propondo reflexões a partir de uma seleção de anotações e recortes sobre textos.